Evento é responsável pela temática de tecnologias durante o Festival Iguassu Inova e segue até amanhã (29)

O uso da Inteligência Artificial no nosso cotidiano é um tema que vem ganhando espaço em rodas de conversa, com questionamentos sobre a aplicabilidade real, ameaça a postos de trabalho e ganhos que ela proporciona na prática. Tudo isso foi tema de diversas palestras do segundo dia do Latinoware, Congresso Latino-americano de Software Livre e Tecnologias Abertas, realizado no Itaipu Parquetec.

O pesquisador Alessandro de Oliveira Faria abordou as vantagens que a biometria facial traz para a segurança da população. Além de evitar fraudes com números de documentos de terceiros, ela também evita a transmissão de doenças, contato com locais onde outras pessoas já encostaram, bem como não exclui pessoas com alguma deficiência física, que a utilização de digital traz. “Reconhecimento facial e biometria facial são diferentes. Reconhecer é só entender onde a face se encontra, a biometria reconhece de quem é esta face. O algoritmo de biometria pega informações como etnia, expressões, gênero e idade. Com isso é possível descobrir e evitar fraudes, cruzando tudo isso com os dados de um cadastro”, explica, citando o trabalho realizado para uma rede de lojas, em que diversos fraudadores foram descobertos desta forma. 

Alessandro apresentou também um panorama da evolução da Inteligência Artificial e os riscos de aplicação de golpes com sua utilização, bem como o contraponto, em que ela nos permite realizar inúmeros projetos em minutos e sem precisar sair do lugar.

Design na era da AI

A utilização da Inteligência Artificial tem ganhado espaço em todas as áreas, facilitando a rotina de trabalho e assumindo funções que antes demandavam mão de obra humana. A insegurança em relação a empregabilidade é crescente e há um temor em relação à substituição de profissionais por IAs, entretanto o palestrante e ativista da ideologia Open Design para fins comerciais e analista de projetos gráficos, Jenilson de Jesus Gomes, afirma que não há esse risco e que ambos precisam ser aliados. “As pessoas começam de forma muito errônea a acreditar que ela nos substitui. A IA pode agregar muito na produção, porém não é um substituto, é uma ferramenta de uso. A tecnologia tem que ser tratada como tecnologia, ou como ferramenta de trabalho e não como um substituto. É o elemento humano que sempre vai predominar em qualquer produção de artefato, qualquer projeto gráfico, produto, ambiente”, ressalta. 

Jenilson destaca ainda que o profissional que atua hoje como design gráfico precisa entender de que forma a IA pode agregar ao trabalho realizado. “O grande desafio do Design hoje é compreender como interagir com inteligência artificial fora da inteligência artificial, essa é a grande questão. Você não pode desapegar de conceitos básicos que já vêm de escolas de séculos acreditando que a novidade do momento vai resolver tudo, porque isso não vai acontecer. Nós precisamos aprender a ensinar a IA coisas que ela em tese não sabe, seja em termos gramaticais ou imagéticos. Por isso é um trabalho quase que simbiótico entre o design prático da vida real e design do ambiente digital. A visão de pessoas que não são do meio é de que a máquina vai resolver questões como ergonomia, usabilidade, conforto, mas não tem como um algoritmo substituir essa sensação, a IA não substitui o toque”, completa.

Automação de sites e sistemas de atendimento

Com mais de 35 anos de experiência em informática, o palestrante Silvio Américo Palmieri abordou o impacto das tecnologias de IA, como chatbots e geradores de texto automatizados, na melhora da eficiência, personalização a experiência do usuário, apresentando exemplos práticos de IAs criadas por ele para automação de sites e busca de notícias. “No nosso portal nós publicamos matérias de instituições parceiras, como o Itaipu Parquetec, sites governamentais oficiais (sempre dando o devido crédito) e essa IA, além de buscar essas matérias, ela faz o filtro e exclui os materiais que não condizem com a nossa linha editorial, como apreensões e crimes, por exemplo. Ela também pode reescrever materiais, caso seja necessário, novamente mantendo o crédito da fonte”, explica. 

Silvio também apresentou exemplos de possibilidades de uso da Inteligência Artificial em sistemas de atendimento e interação com os clientes. “É você quem treina a sua IA, e ela atende a pessoa, solicita informações, dá respostas e, se necessário, encaminha para o atendimento humano”, explica o palestrante, que é reconhecido como um dos mais ativos defensores do Software Livre no Paraná. 

Inscrições seguem abertas

O Latinoware segue até amanhã, 29 de novembro, com programação intensa das 8h às 18h. As inscrições são gratuitas e seguem abertas no site do evento: latinoware.org.

Nos três dias de evento, 30 mil pessoas devem passar pelo Itaipu Parquetec para conferir o Latinoware e os demais eventos que integram o Festival Iguassu Inova, evento amplo que será realizado até o dia 30 de novembro.

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